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domingo, 23 de julho de 2017

Final de semana em Siena, Montalcino, Pienza e arredores

Como contamos no post Na Itália, Por Que Florença? um de nossos objetivos era conhecer as cidades medievais da Toscana.
Nada melhor que começar por Siena e a região do Val D’Orcia!




Siena é uma das principais cidades da Toscana e uma atração imperdível para quem viaja por aquela região. É também uma ótima base para quem quer conhecer as pequenas cidades medievais do Val D’Orcia (Vale do Rio Orcia), já que sua estrutura de hospedagem e restaurantes é bem maior que das outras cidades, além de ficar mais próxima de Florença.
O Val D’Orcia fica ao sul de Siena e é lá que estão as cidades de Montalcino e Pienza, e diversas estações de águas termais.


Uma das principais forças econômicas e políticas da Toscana na idade média, Siena viveu seu apogeu nos séculos XII e XIII, já que estava em uma das rotas do comércio entre o norte da Europa e Roma (Via Francigena), quando sua população atingiu 60.000 habitantes, praticamente o mesmo número de hoje.

A partir da segunda metade do século XIII, quando se iniciaram as batalhas contra Florença
pela supremacia na região, e principalmente no século XIV, quando surgiu a peste negra que dizimou perto de 70% de sua população, a cidade de Siena viveu um período de declínio, não mais recuperando sua importância econômica e política.
A beleza e grandiosidade de suas construções mostram a relevância que Siena teve até o século XIV.


Passear pelas ruas estreitas, e também pelas um pouco mais largas, de Siena faz você se sentir voltando pelo menos 600 ou 700 anos no tempo. A cidade, sua muralha e prédios são muito bem preservados, e caminhando pela Via Banchi di Sopra, principal rua comercial do Centro Histórico, tem-se a impressão de que a qualquer momento poderemos ver uma daquelas armaduras medievais numa vitrine.





A Piazza Del Campo é o ponto central de Siena. Sempre cheia de estudantes e turistas, é rodeada por bares e restaurantes. Uma taça de vinho ou um café numa das mesas desses locais é programa obrigatório.




Na Piazza Del Campo estão o Palazzo Pubblico e a Fonte Gaia.

Outras atrações imperdíveis de Siena são o Duomo e o Battistero di San Giovanni.



É na Piazza Del Campo que nos dias 2 de julho e 16 de agosto, desde o século XVII acontece o Palio Di Siena. O Palio, uma corrida de cavalos em que estão representados os “bairros” de Siena, é uma grande festa da cultura e tradição locais.





Mas não se esqueça, a grande atração de Siena é a própria cidade!
Recomendamos que você assista ao vídeo abaixo para conhecer um pouco mais sobre Siena e sua história. É muito interessante!


Como chegar a Siena

Partindo de Florença você tem três opções para chegar a Siena, de carro, ônibus ou trem.
Entre o ônibus e o trem a melhor opção é o ônibus, já que a estação de trem fica longe do Centro Histórico.

Além disso o ônibus é mais rápido (1 hora e 15 min X 1 hora e 30 min) e mais barato (€15,60 X €18,20 ida e volta) que o trem.

Entre ônibus e carro a escolha depende do que você pretende com o passeio. Se o objetivo é ficar apenas em Siena o ônibus é a opção certa. Por outro lado, se a ideia é passear pela lindíssima região e conhecer outras cidadezinhas medievais o carro é indispensável.

Não se esqueça de uma coisa, tanto em Siena como nas demais cidades medievais da região é proibido o acesso de carro ao Centro Histórico, sendo necessário utilizar os estacionamentos próximos. Já utilizei o estacionamento do estádio de futebol que fica muito próximo ao centro e tem um preço razoável (€26,0 a diária).  

Clique aqui para acessar um blog que tem todos os detalhes sobre o transporte entre Florença e Siena, inclusive os estacionamentos que existem em Siena.


Nossa opção foi o ônibus, pelas razões acima e também por recomendação do nosso host em Siena.

Hospedagem em Siena

Siena tem uma muitas opções de hospedagem entre hotéis, pousadas e albergues, o site Booking relaciona perto de 160 propriedades, de vários padrões e preços.

Como dissemos no post Viajando pela Itália - Hospedagem, nossa opção de hospedagem, em Florença e em quase todas nossas viagens pela Itália, foi o aluguel de apartamentos ou quartos através do site AirBnb. Em Siena não foi diferente, e adianto que foi uma ótima opção.

Para aqueles que preferem um hotel, podemos indicar o Casacenti. É um pequeno e 



muitíssimo bem localizado hotel, dos mais 
baratos de Siena (diária do casal de aproximadamente €90,0) mas é muito confortável, limpíssimo, os quartos são muito bonitos, e o proprietário muito, mas muito simpático. Ele mesmo prepara e serve o café da manhã, sempre acompanhado de um bom papo.

Voltando à nossa hospedagem, alugamos um excelente quarto no Airbnb. Muito confortável, com uma pequena cozinha e banheiro privativo.

Localizado na principal rua de Siena, e muito perto da Piazza del Campo, na realidade nosso
quarto é um apartamento já que o anfitrião não mora no local e o espaço é totalmente independente.

Vale a pena dar uma olhada no anúncio no Airbnb:


Uma observação importante a fazer é sobre a importância do anfitrião que te recebe, principalmente quando a hospedagem escolhida é um quarto.

Voltando mais uma vez ao post Viajando pela Itália - Hospedagem, nossos anfitriões foram muito importantes em nossa viagem, e Claudio Bartalini foi um dos que se transformaram em amigo.

Um verdadeiro nobre italiano, provavelmente um conde, Claudio foi um anfitrião perfeito, tendo feito tudo que podia para transformar nosso final de semana em uma lembrança mais que especial.




Não bastasse sua hospitalidade desde a hora que nos encontrou na estação de ônibus, dedicou seu final de semana a nos mostrar sua cidade e a belíssima região, mostrando que a Toscana é como sonhavamos.

No próximo post voltaremos a falar sobre o Claudio ao contar como foi nosso passeio por Montalcino, Pienza e arredores.

Onde comer (e beber) em Siena

Siena é uma cidade que, apesar de pequena, tem muitas opções de bares e restaurantes, vários muito bem escondidos em sua ruelas medievais.

Prepare-se para uma verdadeira caça ao tesouro, mas os prêmios valem a pena!
A culinária toscana é muito saborosa e variada, em Siena não é diferente.

Massas, sopas, salames, carnes (de gado e de caça), peixes, risotos, e doces fantásticos!
São inúmeros restaurantes, para diferentes gostos e bolsos, opção é o que não falta.
Existem vários bons blogs e sites com dicas de restaurantes em Siena como o Tripadvisor e outros, mas o objetivo aqui é relatar nossa experiência.

Vamos a algumas dicas:

Para um lanche ou café, em frente ao apartamento que ficamos, na principal rua de Siena está a Pasticceria Nannini. A mais tradicional de Siena, pertence à família do ex-piloto de Formula 1 Alessandro Nannini.




É uma boa oportunidade de tomar um chocolate quente e experimentar os famosos cantucci, biscoitos que se costuma comer molhados no vinho santo.

Se o objetivo for uma refeição rápida, e você é apreciador de uma pizza muito boa e barata, não deixe de ir no Consorzio Agrario Siena. É um mercado bem central, na mesma rua da Pasticceria Nannini, que vende vários produtos produzidos na região. Uma volta pelo mercado já vale a visita.

Na padaria do mercado, entre muitas outras tentações, existem várias opções de pizzas em fatia, são ótimas.



Existem várias osterias e bares em Siena para tomar um bom vinho acompanhando uma tabua de queijos e frios produzidos na região.

Escondido (bem escondido) em uma linda viela, La Prosciutteria é uma osteria instalada quase totalmente no subterrâneo de um prédio medieval restaurado. Franquia existente em várias cidades italianas, a de Siena vale muito a pena conhecer.


Para uma boa refeição italiana, e também saborosas pizzas no jantar, uma boa opção é o Ristorante Pizzeria Malborghetto. Localizado em uma extremidade da Piazza del Mercato, em instalações simples mas muito agradáveis.

Se você seguir nossa indicação e for ao Malborgheto não deixe de experimentar o spaghetti ao molho de trufas, é muito bom!
 Esse restaurante também foi uma boa indicação do nosso anfitrião Claudio.




Dica do blog







Reserve um tempo de sua estadia em Siena para simplesmente passear pelas ruazinhas estreitas da cidade, 1 ou 2 horas são suficientes, observando as fachadas dos prédios medievais. São surpreendentes!







No próximo post vamos contar como foi nosso passeio por Montalcino, Pienza e arredores com nosso anfitrião Claudio Bartalini.



segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Primeiro Dia de Aula de Italiano em Florença


A segunda-feira ainda estava chuvosa, como aliás foi quase toda nossa primeira semana em Florença. Ainda bem que, com exceção do final de semana em Milão, quase não pegamos mais chuva em todo o período que estivemos na Itália.

Depois do café em casa, caneta e papel na mochila, partimos para o grande desafio do primeiro dia de aula.

Excitadíssimos, quase ridículos!

O caminho foi o mesmo que conferimos no domingo, Via di Santo Spirito, Ponte Vecchio, dobramos à direita para a Piazza Della Signoria, depois em frente pela Borgo dei Greci até a Piazza Santa Croce. No final da praça à direita e chegamos.



A escola Koinè está instalada em um belo prédio. Construído no século XV, o Palazzo Mori Ubaldini degli Alberti, que serviu inicialmente de moradia familiar, hoje abriga algumas moradias no andar térreo e a Koinè em seu primeiro andar.



A escola é pequena, com 5 salas de aula, que atendem plenamente ao número de estudantes que recebe. Cada turma tem no máximo 11 alunos.
























Nossa primeira sala de aula foi no passado a capela da residência, o que explica seu feitio e o belíssimo teto.




Dali a pouco iríamos saber se os dois semestres de italiano na UFSC tinham adiantado, faríamos um teste de nivelamento.




A recepção na escola não poderia ser melhor. A primeira pessoa que encontramos foi a Wally Oliviero, professora e responsável pala área administrativa da escola, nosso contato indicado pelo Renzo, como você pode conferir no post Estudar Italiano em Florença.



Dividindo as tarefas administrativas com a Wally está a simpatia da Cosetta Memmola, também professora.






Logo depois conhecemos Marco Ferretti e Francesca Frosali, professores que fizeram nossos testes de nivelamento.





Como você vai ler neste e em outros posts, além de excelente professor, Marco, um florentino apaixonado, nos mostrou sua cidade e ensinou parte de sua história e cultura.

O teste mostrou que o curso de extensão da UFSC atendeu ao que esperávamos e fomos capazes de entender o que nos era perguntado, falar era muito mais difícil. Ficamos na turma do nível médio e os próximos três meses seriam dedicados ao desenvolvimento da comunicação em italiano.



Nossa primeira turma tinha alunos de 18 a 65 anos que, além de nós dois, eram 4 japoneses, 1 alemão, 1 mexicana e 1 norueguesa.




Lars (ou Lorenzo), o alemão, também estava chegando naquela segunda-feira e seria nosso colega por 4 semanas.









Mikio e Kioko, e Nao e Haruyo, os dois casais de japoneses, já estudavam na escola e permaneceriam por todo o período que estivemos lá.

Mikio, um jornalista aposentado, e Kioko, artesã, tem o objetivo de morar em Florença e estudando na Koinè puderam obter o visto de permanência por 1 ano.






Nao e Haru, mais jovens, também pretendiam permanecer na Itália e já estudavam havia bastante tempo. Um pouco antes de voltarmos para o Brasil o Nao conseguiu um emprego, o que aumentou sua chance de conseguir o visto permanente.





Assim como o Lars, se tornaram amigos com os quais temos contato até hoje.

Kitzia, a mexicana, e Ingrid, a norueguesa, estudantes com 18/19 anos, eram as adolescentes da turma. Não eram muito assíduas, mas muito simpáticas e bem entrosadas com os “velhos”.




Assim como na escola, a recepção na turma não poderia ter sido melhor. A educação e cortesia dos japoneses e a simpatia do Lars nos deixaram totalmente à vontade desde o início. Kitzia e Ingrid faltaram em nosso primeiro dia. Rsrsrsrs.

Marco Ferretti mostrou já no primeiro dia toda sua excelência como professor, além da simpatia e humor que o caracterizam. Um espetáculo!






Aula de 9:00 às 13:00h, à tarde, apesar da chuva, houve um giro nas redondezas da escola para que conhecêssemos nossa vizinhança.

Assim teve início a nossa aventura e a realização de nosso sonho de estudar italiano na Toscana. Acredite, não poderia ter sido melhor!


Dica do blog




                      Vai estudar italiano na Itália?


                      Koinè Center em Florença!


No próximo post, um final de semana em Siena e região.

sábado, 10 de dezembro de 2016

O Primeiro Fim de Semana Em Florença - Domingo


O domingo não estava ensolarado mas pelo menos a chuva tinha parado. Nosso plano era ir até a escola Koinè para conhecer o caminho, segunda feira cedo teríamos aula.
Que caminho!
É claro que falaremos muito sobre as inúmeras atrações de Florença, aqui vamos apenas mostrar um pouco do que vimos na nossa primeira caminhada para a escola.

Na nossa rua já encontramos prédios belíssimos, como por exemplo as casas-torres. São construções medievais fortificadas que resolviam duas questões fundamentais da época, segurança e espaço na cidade. No início da Idade

Média Florença era muito pequena e a muralha, sobre a qual falamos no post Hospedagem - Onde Ficar Em Florença, limitava sua extensão. Com o rápido crescimento econômico da cidade, a população também aumentou acentuadamente, o espaço não era mais suficiente para as famílias ricas que vieram das áreas rurais, e Florença encheu-se de torres.




Santo Spirito fica em Oltrarno, que significa “do outro  lado do (rio) Arno”, por isso, para chegarmos ao centro histórico é necessário cruzar o rio. Florença tem muitas pontes, a mais famosa evidentemente é a Ponte Vecchio, nosso caminho preferido.
Sempre cheia de turistas, a Ponte Vecchio é um dos símbolos de Florença e uma das pontes mais famosas do mundo. A ponte, que no passado (1442 a 1593) já abrigou em suas lojas os 
açougues da cidade, removidos na época do centro, para que os restos de sua atividade fosse jogada diretamente no rio, e não nas ruas, hoje reúne boa parte das joalherias mais sofisticadas, e caras, da cidade. Além dos grupos de turistas e estudantes, cruzando a ponte podemos encontrar músicos tocando todo tipo de música, de bossa nova a jazz, e até noivas fazendo fotos para o álbum de casamento. 



Não é o caminho mais curto, aliás, em Florença dificilmente se está preocupado com o caminho mais curto, mas seguindo a rua na saída da Ponte Vecchio se chega ao Duomo de Florença (no fundo da foto da entrada da ponte).



 Não sei o que impressiona mais, a grandeza ou a beleza da Catedral de Santa Maria del Fiore, o Duomo di Firenze. Duomo é a principal catedral de uma cidade, e o de Florença é belíssimo, tanto por fora como por dentro. Com 153 metros de cumprimento e 90 metros de largura, pode acomodar 30.000 pessoas.



Assim que o vemos chama a atenção sua cúpula, construída por Filippo Brunelleschi, escultor e arquiteto, pioneiro desta arte na Renascença. Existem várias obras de Brunelleschi em Florença como a cúpula da Igreja de Santo Cristo, o Spedale degli Innocenti (Hospital dos Inocentes), na praça Della Santissima Annunziata, e o Palazzo Pitti.



 De volta ao caminho que seria nosso preferido no dia a dia chegamos à Piazza della Signoria. Praça central e sede do poder civil de Florença, a praça é repleta de arte e história, assim como outros pontos e nosso caminho, será assunto de outros posts.




 A primeira imagem que se tem ao se aproximar da praça é do imponente Palazzo Vecchio, sede da prefeitura de Florença.



Outras atrações da Piazza della Signoria são as estátuas em frente ao Palazzo Vecchio, entre elas a réplica do David (o original está na galleria ell'accademia), Loggia della Signoria e a Fontana del Netuno.






O caminho para a escola poderia ser pela rua Borgo dei Greci, não sem antes abastecer as garrafas no fonte de água, com ou sem gás. Isso passou a ser rotina em nosso dia a dia.
Depois de uns 5 minutos de caminhada chegamos à Piazza di Santa Croce. Outra importante praça de Florença, ampla e movimentada abriga, além da belíssima Basilica di Santa Croce e do monumento a Dante Alighieri, diversos cafés e restaurantes.



Vizinha à Santa Croce, na Borgo Santa Croce 17, está a Koinè Center.






Dica do post:

Quando você andar pelas ruas de Florença não deixe de olhar para cima, os prédios tem sempre alguma surpresa guardada.


No próximo post, o primeiro dia de aula.